A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse na manhã desta terça-feira que a explosão de um homem-bomba na noite de segunda-feira no show da cantora americana Ariana Grande foi um "cruel ataque terrorista...uma covardia terrível e repugnante".
Segundo May, as forças de segurança do país acreditam que a ação foi individual e que a identidade do autor do ataque já é sabida. Seu nome, no entanto, ainda não foi revelado.
A explosão, ocorrida do lado de fora do auditório da Manchester Arena pouco após o show, às 22h35 locais, (18h35 de Brasília), deixou 22 mortos e 60 feridos.
A primeira vítima a ser identificada é uma estudante de 18 anos, Georgina Callander, que fazia um curso de Saúde e Serviço Social em uma faculdade em Lancashire.
A polícia trabalha com informações sobre pessoas desaparecidas que tinham ido ao show.
Uma página foi criada na internet para levantar fundos em apoio às famílias das vítimas. Em apenas duas horas, foram doados £23 mil (R$ 97 mil).
May visitará o local do ataque, com capacidade para 21 mil pessoas, nesta terça-feira, e se reunirá com o comitê máximo de segurança do governo, o Cobra.
Na manhã desta terça-feira, a polícia evacuou um shopping center em Manchester. Testemunhas relataram à BBC terem ouvido tiros e visto um homem - ainda não identificado - sendo preso. Ainda não se sabe se este incidente está ligado ao ataque de segunda-feira.
Este é o pior atentado à bomba do Reino Unido desde os ataques no sistema de transportes de Londres de 2005, que deixaram 52 mortos.
Na ocasião, quatro jovens muçulmanos britânicos detonaram explosivos em três vagões do metrô e um ônibus em Londres. Mais de 700 pessoas ficaram feridas.
O país está em estado de alerta "alto" para ataques terroristas há dois anos. O último ataque do tipo foi há dois meses, no centro de Londres, quando um homem atropelou vários pedestres na ponte de Westminster e tentou invadir o Parlamento armado de uma faca, matando, ao todo 5 pessoas e ferindo outras 50.
Testemunhas
O britânico Josh Elliot, que estava no show, relatou à BBC que "houve um grande estrondo, e todos começaram a correr".
"Foi um tumulto, foi terrível. As pessoas choravam, e havia carros de polícia por todos os lados. Levantamos (do chão) quando achávamos que estávamos em segurança e saímos (da arena) o mais rápido que conseguimos", disse.
A Manchester Arena, o maior ginásio da cidade, informou que a explosão ocorreu do lado de fora do auditório.
Outras testemunhas também descreveram um cenário de caos.
"Ariana Grande tinha terminado a última música e houve um grande barulho. Eu vi pessoas correndo e também corri instintivamente. Terminamos em um corredor sem saída. Foi apavorante. Encontrei a porta principal e havia gente chorando por todo lugar", afirmou o estudante Sebastian Diaz, de 19 anos.
Uma mulher contou à rádio BBC de Manchester que estava no show com a filha de 14 anos e que ambas haviam decidido começar a sair pouco antes do final da apresentação.
"Quando estávamos saindo ouvimos um estrondo enorme. Na hora pensei que tínhamos perdido algo do show, mas quando nos viramos havia uma multidão descendo as escadas, pessoas caindo. Peguei minha filha e corremos. Pessoas estavam sendo esmagadas no chão."
Um porta-voz de Ariana Grande - cujo público é majoritariamente infanto-juvenil - disse que a cantora não se feriu. Pelo Twitter, ela disse estar "devastada" pelo que aconteceu. "Do fundo do meu coração, eu sinto muito. Não tenho palavras", escreveu.